Tente não se impactar ao saber detalhes sobre a morte de um dos famosos mais admirados do Brasil
E quando o assunto se trata da morte de um famoso que fez parte da história da vida dos brasileiros, a que iremos falar hoje sem dúvidas ainda deixa muita gente em choque.
Sendo um dos homens mais amados que já tivemos no Brasil, ao deixar uma carta assinada, o famoso acabou tirando a sua própria vida.
Estamos falando de ninguém mais, ninguém menos, que Getúlio Vargas. Para quem não sabe, Getúlio Vargas foi um advogado e político brasileiro, líder da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha.
Com isso, fazendo parte da história do Brasil, o famoso foi presidente do Brasil por quase 20 anos, sendo assim, o presidente que mais tempo permaneceu no cargo, na história do país.
Contudo, após muita luta e conquista, ele acabou tendo um final de vida trágico.
Como morreu o ex-presidente Getúlio Vargas?
Para quem não sabe, suicídio no ano de 1954, com um tiro no na cabeça, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.
Na época, com uma grande comoção em todo o país, seu corpo foi levado para ser enterrado em sua terra natal.
Sobre sua morte, pouco antes, madrugada de 5 de agosto de 1954, aconteceu um atentado a tiros de revólver, em frente ao edifício onde residia Carlos Lacerda, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
O atentato matou o major Rubens Florentino Vaz, da Força Aérea Brasileira (FAB), e fere, no pé, Carlos Lacerda, jornalista e o futuro deputado federal e governador da Guanabara e membro da UDN, que fazia forte oposição a Getúlio.



Com isso, uma crise polícia acabou se instalando e Getúlio foi pressionado, pela imprensa e por militares, a renunciar ou, ao menos, licenciar-se da presidência.
Antes de morrer, Getúlio vargas deixou registrado em uma carta assinada em sua agenda, que falava sobre seus compromissos:
“Já que o ministério não chegou a uma conclusão, eu vou decidir: determino que os ministros militares mantenham a ordem pública. Se a ordem for mantida, entrarei com pedido de licença. Em caso contrário, os revoltosos encontrarão aqui o meu cadáver”, disse.
“Deliberou o Presidente Getúlio Vargas… entrar em licença, desde que seja mantida a ordem e os poderes constituídos…, em caso contrário, persistirá inabalável no propósito de defender suas prerrogativas constitucionais, com sacrifício, se necessário, de sua própria vida”, deixou escrito, o famoso.
Dessa forma, Tancredo contou a Carlos Heitor Cony em 3 de agosto de 1984, como foram os últimos minutos de Getúlio. O depoimento de Tancredo saiu na Revista Manchete de 1 de setembro de 1984:
“Por volta das sete e meia, oito horas da manhã, ouviu-se o estampido seco. Desceu o elevador, às pressas, o Coronel Dornelles, um dos oficiais de serviço na presidência. Nós subimos apressadamente para o quarto onde o presidente se achava. Os primeiros a entrar foram o General Caiado, Dona Darci, Alzira, Lutero e eu”, disse ele.
“Encontramos o presidente de pijama, como meio corpo para fora da cama, o coração ferido e dele saindo sangue aos borbotões. Alzira de um lado, eu do outro, ajeitamos o presidente no leito, procuramos estancar o sangue, sem conseguir. Ele ainda estava vivo””, falou Tancredo.
“Havia mais pessoas no quarto quando ele lançou um olhar circunvagante e deteve os olhos na Alzira. Parou, deu a impressão de experimentar uma grande emoção. Neste momento, ele morre. Foi uma cena desoladora. Todos nós ficamos profundamente compungidos; esse desfecho não estava na nossa previsão”, contou.
“O presidente em momento nenhum demonstrou qualquer traço de emoção, nunca perdeu o seu autodomínio, jamais perdeu sua imperturbável dignidade, de maneira que foi um trágico desfecho, que surpreendeu a todos e nos deixou arrasados“, finalizou”.
Além disso, uma versão manuscrita da carta-testamento, assinada no final da última reunião ministerial, somente foi divulgada ao público, em 1967, por Alzira Vargas, pela Revista O Cruzeiro.
“Deixo à sanha de meus inimigos, o legado de minha morte. Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro, e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia”, escreveu. “A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos, numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa”, disse.
“Acrescente-se na fraqueza dos amigos que não defenderam, nas posições que ocupavam, à felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa”, falou Getúlio.
“Se a simples renúncia ao a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranquilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas”, disse.
“Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue dum inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus”, estava escrito.
“Agradeço aos que de perto ou de longe me trouxeram o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde…”, finalizou, aquele famoso que foi tão amado em nosso país.
Carta assinada e tiro na cabeça: O dia trágico em que famoso admirado pelo Brasil tirou a própria vida .